A saga em busca da primeira habilitação – Parte 4


Agora mais que nunca tirar a carteira de motorista merece o status de “saga em busca da primeira habilitação”.
Ok, isso não é o recomendado. Terminei as aulas teóricas em fevereiro e só agora, dia 21 de novembro de 2012, fiz finalmente a prova teórica do DETRAN. É bem provável que todos da minha turma já tenham a carteira há meses e eu ainda nem peguei num carro. Agora meu processo está pra vencer em 10 de janeiro de 2013 e fui classificada no banco de dados da autoescola como caso “especial/urgente”. Quando penso nisso até dá vontade de rir.
Como não poderia deixar de ser, sou brasileira e sempre deixo pra fazer tudo de última hora. Fui deixando pra depois por causa das aulas da UFPE e mesmo no período de greve, fui deixando pra depois, quando as férias tivessem terminando. Mas quando tomo vergonha na cara, só consigo marcar pra esse dia a prova e agora vou contar como tudo se sucedeu…
Aquele alívio porque tinha ar-condicionado na sala de espera…
Era uma manhã de quarta-feira e minha prova estava marcada para o ingrato horário de 12:40h. Eu não me lembrava se já tinha andado pela Iputinga, o bairro onde a sede do DETRAN fica em Recife e para garantir, resolvi ir pra lá de táxi. Eu odeio andar de táxi. Algumas pessoas podem pensar que eu sou uma doida que não gosta de conforto, mas o fato é que me dói no bolso gastar dinheiro com táxi. Isso porque sou estudante e atualmente, mão de vaca, logo qualquer gasto do tipo, parece um desperdício. E de fato, foram R$28,77 numa corrida que acabei achando justa porque jamais conseguiria chegar lá de primeira sozinha. Sim, eu sou possivelmente a pessoa mais desorientada da cidade e tenho sérias dificuldades para ir a lugares que nunca fui antes, ainda mais se for sozinha.

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Choraria bem menos ao abrir a carteira se todos os táxis tivessem esse style…

E é agora que eu devo me redimir por ter dito que seria uma burocracia. O atendimento no DETRAN foi eficiente, rápido e não tenho reclamação a fazer sobre espera desnecessária. Pelo menos no exame teórico, a coisa toda não demora. Cheguei lá com bastante antecedência e como havia computadores vagos, colocaram-me pra fazer a prova num instante. No total, não levei nem meia hora entre o tempo em que desci do táxi e saí do DETRAN passada no teste com o total de 26 acertos. Muita gente vai bem melhor do que eu fui nessa prova de 30 questões, mas pra quem estava com fome e nenhuma paciência, 87% correto já dá muito bem pro gasto. O fato é que o teste psicotécnico ganha disparado em dificuldade perto dessa prova teórica. E pra quem leu o post sobre o teste psicotécnico, fica fácil avaliar a dificuldade dessa prova teórica fazendo uma comparação simples. Não tem nada de desafiador pra quem sabe o básico sobre trânsito e consegue ler uma pergunta numa tela de computador. Pra se ter uma ideia, a minha maior dificuldade foi usar o mouse quando estou acostumada a só passar o dedo no touchpad do notebook.

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Como eu me sinto usando um mouse… Eu sei…

No total, foram em média, 7 minutos de minha existência que tomei para responder todas as perguntas, que variavam desde quantos pontos se leva quando cometemos uma falta grave até o significado de algumas placas, do tipo “mantenha-se a direita”. Outras eram de tamanha complexidade que até um animal de cérebro subdesenvolvido poderia acertar, como por exemplo, uma em que se perguntava se poluir o meio ambiente era:
a) Uma forma de ajudar o planeta
b) Uma atitude de cidadão consciente
c) Uma alternativa para quem não tem tempo de limpar o lixo
d) Ato condenável que prejudica o espaço em que vivemos

Opa, preciso parar pra pensar nessa um pouco melhor e não errar hein…

Saindo do DETRAN, eu sabia que estava na Estrada do Barbalho, lugar em que só parecia passar o ônibus BARBALHO/DETRAN o qual eu não fazia ideia de onde andava. Perguntei a uma moça dessas barracas de chicletes que tinham na frente de lá, onde fazia pra pegar um ônibus pra chegar em Boa Viagem, o bairro onde eu moro. Ela disse que eu só precisava andar e andar e andar até chegar perto do supermercado Bompreço e lá tinha paradas de ônibus para pegar o CDU/BOAVIAGEM/CAXANGÁ. Foram dez minutos de caminhada em linha reta e o sentimento de que estava perdida em sei lá onde até chegar perto do bendito supermercado e embarcar aliviada no ônibus. Por mais precisas que sejam as informações que as pessoas me dão para chegar nos lugares, ainda assim me parece uma missão quase impossível chegar neles sabendo o que me dizem.

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O ônibus chegando em toda sua glória pra me salvar… hahaha

A primeira coisa que fiz quando cheguei no meu bairro foi ir correndo a autoescola e marcar de uma vez por todas as aulas práticas. Infelizmente, a mulher que atendia ali só conseguiu marcar pra dia 10 de dezembro e a partir daí farei aulas todos os dias e depois a prova prática o mais urgente possível, considerando que sou um caso “especial/urgente”. Mal posso esperar pra pegar na direção de um carro e o próximo post será o Grand finale da saga em busca da primeira habilitação. Espero que tudo termine bem e eu segurando minha PPD(pra quem não sabe é a “permissão para dirigir”, válida por um ano). Afinal, só tenho uma chance de passar na prova prática, senão terei que fazer tudo de novo. Será que essa história terá um final feliz?
Até o último post da saga!

4 comentários:

  1. Só falta chegar a minha vez, agora já sei como é!

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    1. kkkkkkkk pois é, o bom dessa Saga é que desmistifica o processo todo. Nunca vi ninguém descrever bem em canto nenhum e agora tem tudo aí pra pessoa saber e com pitadas de humor besta! ;)

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  2. Eu ri com o "como me sinto ao tocar num mouse" =D
    Que coragem andar do Detran à Av. Caxangá num sol de 13h.

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    1. hahahaha foi fogo mesmo, mas bem, tinha que voltar pra casa de todo jeito né?
      Abraço!

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